TAP precisa de motores (capital) e não de combustível (empréstimo)
Clubes de futebol vão anunciar cortes de salários dos jogadores nas próximas semanas. E o que nos diz Bill Gates?
A TAP precisa de capital, não precisa de mais um empréstimo, ou seja, a TAP precisa de motores, não precisa de gasolina. É mais ou menos esta a imagem que é utilizada por quem conhece o dossiê da companhia aérea detida em 50% pelo Estado, 45% pelos privados da Atlantic Gateway e 5% pelos trabalhadores.
Agora que é óbvio que a TAP vai precisar de dinheiro fresco, os acionistas privados preferem um empréstimo de curto prazo, claro, porque não perderiam o controlo da empresa, mas o ponto é outro. A TAP já tem um nível de dívida elevado, desde logo o leasing dos novos aviões, acima dos 400 milhões de euros ano.
A TAP estava a levantar voo, não estava em velocidade de cruzeiro a dez mil pés de altitude, caso por exemplo da Lufthansa, por isso preciso mesmo de motores para recuperar o embalo. É assim que é descrito o perfil de necessidades da TAP.
Depois do lay-off de cerca de nove mil pessoas — a TAP tem quase toda a frota de aviões em terra e não se sabe quando poderá voltar a voar —, a discussão entre o Governo e os acionistas privados (David Neeleman e Humberto Pedrosa) é identificar as necessidade de capital e o modelo a utilizar.
Do lado do Governo, admite-se a possibilidade de um empréstimo com garantia pública, mas há outras fontes que dizem que esse modelo corresponderia a assumir o risco sem mandar. É que hoje, com o acordo parassocial em vigor, o Estado tem 50% do capital, mas a gestão executiva da empresa é da responsabilidade exclusiva dos privados. E os direitos económicos estão reduzidos a 5% do total.
Se a opção for por aumento de capital, a nacionalização da TAP será uma realidade. Os privados não vão ter disponibilidade (e dinheiro) para acompanhar o Estado nessa operação, através da Parpública. E embora não há números oficiais, dentro da própria TAP admite-se que serão necessários pelo menos 500 milhões de euros.
Qualquer que seja a decisão do Governo, terá de ser tomada nas próximas semanas. E vai ter de ter em conta também as decisões da Comissão Europeia sobre as ajudas de Estado no setor da aviação.
“O lay-off era inevitável”. TAP cria “área de emergência RH” (para ler no ECO/Pessoas)
Fitch dá nota negativa às perspetivas da banca (avisem o presidente do PSD)
Esta notícia é mesmo de última hora: A agência Fitch manteve o rating de Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e BPI, mas baixou de “estáveis” para “negativas” as perspetivas de evolução (outlook) da notação de risco dos três bancos devido à incerteza causa pela pandemia de Covid-19.
Talvez seja necessário enviar este relatório a Rui Rio, o presidente do PSD. Ainda esta semana, dizia que não seria aceitável se os bancos apresentassem lucros avultados em 2020 e 2021. Ora, como era fácil antecipar, o problema da banca não vai ser os lucros avultados, mas provavelmente o regresso dos prejuízos avultados.
E por falar em banca, há uma semana revelamos aqui que a CGD estava a preparar-se para não distribuir dividendos. No domingo, no ECO, avançamos com a notícia e na segunda-feira, ainda saíram notícias, com base em comunicados da própria CGD, que nada estava decidido. Mas estava. E foi confirmado na terça-feira.
Venda da Efacec vai arrancar. E já há candidatos
O processo de venda da Efacec parece ter sido, finalmente, reativado. Depois de um acordo entre a empresária Isabel dos Santos e os bancos credores, particularmente a Caixa Geral de Depósitos e o Novo Banco, a StormHarbour começou a falar com candidatos à compra da Efacec.
O processo formal vai arrancar formalmente em meados de maio. E segundo se sabe, os bancos credores ficaram com a participação de Isabel dos Santos na companhia industrial pelo valor da dívida contraída pela filha do antigo presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, para comprar a empresa, na ordem dos 140 a 160 milhões de euros. Mas rejeitam a possibilidade de realizar qualquer aumento de capital. E vão vender ao candidato que oferecer mais.
Qual é a dúvida dos candidatos? Quantos contratos já se perderam para 2020? E como é que isso afetou o valor da empresa?
Clubes preparam-se para cortar salários de jogadores
Os clubes de futebol não vivem, como é evidente, à margem da crise em que o mundo está metido. E se, nas últimas semanas, a discussão em Portugal foi sobre a tentativa de convencerem os operadores e a Sport TV a pagarem direitos televisivos e patrocínios de forma antecipada, nos outros países da Europa já estão a tomar decisões sobre o corte de salários das grandes estrelas de futebol.
Agora, como o ECO revelou, todos os clubes já receberam os pagamentos devidos até março, seja os que têm acordos com a Altice e Nos, seja os que têm com a Sport TV (ela própria controlada pela Altice, Nos, Vodafone e Joaquim Oliveira), que são a maioria da primeira e segunda ligas. Mas não vão receber quaisquer verbas referentes a maio e junho sem o regresso do futebol, o que é pouco provável.
O que se segue? Também em Portugal, os clubes de futebol, os grandes e os pequenos, vão avançar para cortes salariais negociados com os jogadores, e isso deve passar-se já durante este mês.
E porque uma carta de Bill Gates merece ser lida na íntegra…
What our leaders can do now
There’s no question the United States missed the opportunity to get ahead of the novel coronavirus. But the window for making important decisions hasn’t closed. The choices we and our leaders make now will have an enormous impact on how soon case numbers start to go down, how long the economy remains shut down and how many Americans will have to bury a loved one because of COVID-19.
Our foundation has been working to slow the outbreak for several months. To date, we’ve invested $105 million in efforts to create new therapeutics, expand access to testing, and limit the virus’s impact here in Seattle.
As a result of this work, I’ve spoken with experts and leaders in Washington and across the country. It’s become clear to me that we must take three steps.
First, we need a consistent nationwide approach to shutting down. Despite urging from public health experts, some states and counties haven’t shut down completely. In some states, beaches are still open; in others, restaurants still serve sit-down meals.
This is a recipe for disaster. Because people can travel freely across state lines, so can the virus. The country’s leaders need to be clear: Shutdown anywhere means shutdown everywhere. Until the case numbers start to go down across America—which could take 10 weeks or more—no one can continue business as usual or relax the shutdown. Any confusion about this point will only extend the economic pain, raise the odds that the virus will return, and cause more deaths.
Second, the federal government needs to step up on testing. Far more tests should be made available. We should also aggregate the results so we can quickly identify potential volunteers for clinical trials and know with confidence when it’s time to return to normal. There are good examples to follow: New York state recently expanded its capacity to more than 25,000 tests per day.
There’s also been some progress on more efficient testing methods, such as the self-swab developed by the Seattle Coronavirus Assessment Network, which allows patients to take a sample themselves without possibly exposing a health worker. I hope this and other innovations in testing are scaled up across the country soon.
Even so, demand for tests will probably exceed the supply for some time, and right now, there’s little rhyme or reason to who gets the few that are available. As a result, we don’t have a good handle on how many cases there are or where the virus is likely headed next, and it will be hard to know if it rebounds later. And because of the backlog of samples, it can take seven days for results to arrive when we need them within 24 hours.
This is why the country needs clear priorities for who is tested. First on the list should be people in essential roles such as health-care workers and first responders followed by highly symptomatic people who are most at risk of becoming seriously ill and those who are likely to have been exposed.
The same goes for masks and ventilators. Forcing 50 governors to compete for lifesaving equipment—and hospitals to pay exorbitant prices for it—only makes matters worse.
Finally, we need a data-based approach to developing treatments and a vaccine. Scientists are working full speed on both; in the meantime, leaders can help by not stoking rumors or panic buying. Long before the drug hydroxychloroquine was approved as an emergency treatment for COVID-19, people started hoarding it, making it hard to find for lupus patients who needed it to survive.
We should stick with the process that works: Run rapid trials involving various candidates and inform the public when the results are in. Once we have a safe and effective treatment, we’ll need to ensure that the first doses go to the people who need them most.
To bring the disease to an end, we’ll need a safe and effective vaccine. If we do everything right, we could have one in less than 18 months—the fastest a vaccine has ever been developed. But creating a vaccine is only half the battle. To protect Americans and people around the world, we’ll need to manufacture billions of doses.
Without a vaccine, developing countries are at even greater risk than wealthy ones, because it’s even harder for them to do physical distancing and shutdowns. The further down the income ladder people live, the more important it is that they go to work every day just to feed their family.
If they live in the poorest parts of sub-Saharan Africa or India, staying home simply isn’t an option. Even if they do stay home, they can’t just wall themselves off from their neighbors; in slums, the houses are packed together so closely that there’s no way to keep your distance. All the work that rich countries are doing now to develop vaccines will save lives in those places, too.
We can get a head start on manufacturing all of the doses we’ll need now by building the facilities where these vaccines will be made. Because many of the top candidates are made using unique equipment, we’ll have to build facilities for each of them, knowing that some won’t get used. Private companies can’t take that kind of risk, but the federal government can. It’s a great sign that the administration made deals this week with at least two companies to prepare for vaccine manufacturing. I hope more deals will follow.
In 2015, I urged world leaders in a TED talk to prepare for a pandemic the same way they prepare for war—by running simulations to find the cracks in the system. As we’ve seen this year, we have a long way to go. But I still believe that if we make the right decisions now, informed by science, data, and experience of medical professionals, we can save lives and get the country back to work.
(Este artigo foi disponibilizado por Bill Gates na sua página pessoal, aqui).
Vivemos tempos extraordinários… e não é no sentido positivo. O trabalho vai ter de regressar, e será mais cedo do que tarde, mas enquanto isso não suceder, #fiqueemcasa
bom fim de semana, com muito ECO para ler
António Costa
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